quarta-feira, 12 de maio de 2010

Alto nível de estresse e pressão no trabalho tem maior impacto sobre a saúde das mulheres


Olá!
A revista Occupational and Environmental Medicine de Maio de 2010, apresentou os resultados de um estudo realizado na Dinamarca, em que um grupo de mais de 12 mil mulheres foram observadas durante 15 anos. O estudo indica que as mulheres expostas a trabalhos com alto nível de estresse e pressão, são mais suscetíveis a desenvolverem distúrbios emocionais e doenças físicas importantes e de alto risco.

Ao longo do estudo, as mulheres observadas responderam a questionários. Das que apontavam o alto nível de pressão em seu trabalho, 50% tinham maior risco de desenvolverem problemas cardiovasculares e emocionais, principalmente entre as entrevistadas com menos de 51 anos de idade.

O estudo indica que o efeito do alto nível de pressão e estresse no trabalho tem maior impacto sobre as mulheres mais jovens, confirmando os resultados de outros estudos realizados anteriormente que observaram os efeitos específicos por idade em homens e mulheres.

A pesquisa considerou ainda outros fatores, tais como ambientes psicossociais no trabalho, influência no emprego, características ocupacionais, níveis de atividades físicas durante o trabalho, tabagismo, índice de massa corporal, consumo de álcool e histórico familiar de doenças.

Dentre as mulheres que apontaram o nível de pressão do trabalho como alto todas apresentavam algum tipo de transtorno comportamental devido a distúrbios emocionais, 580 foram internadas com doença cardíaca isquêmica, sendo 369 casos de angina, 138 de infartos e 73 de outros casos.

O estudo ainda aponta algumas formas de intervenção que as organizações podem adotar para prevenir a evolução dos problemas para quadros mais graves. Essa intervenção deve ocorrer através da abordagem individual e também organizacional.

Na abordagem individual, além dos treinamentos contínuos voltados ao desenvolvimento de competências emocionais - assertividade, comunicação, competências, gestão do tempo, solução de problemas e gestão eficaz, é importante a implementação de programas de assistência psicológica ao empregado (EAP).

O EAP é um dos elementos mais importantes, tem como objetivo inicial apoiar os colaboradores em momentos de dificuldade, auxiliando-os a supera-las, mas ao longo do tempo este programa cimenta o desenvolvimento das competências emocionais de cada indivíduo.

O EAP serve de base para o Com Você®, programa exclusivo oferecido pela LAMP aos seus clientes, com o objetivo de assistir seus colaboradores e dependentes casos estes estejam passando por momentos difíceis e ou estressantes. O Com Você® ainda pode oferecer consultoria jurídica e orientação financeira.

No entanto, existem muitas fontes de estresse e pressão que o indivíduo é suscetível de perceber como fora do seu poder de mudança, como a estrutura, estilo de gestão ou cultura da organização.

Dessa forma é fundamental a abordagem organizacional, pois o principal objetivo da abordagem individual deve ser o de desenvolver habilidades e a confiança das pessoas para mudar sua situação, não ajudá-las a se adaptar e aceitar situações fatigantes.

Uma abordagem organizacional que se limita a ajudar aqueles que experimentam o estresse que é, em boa parte, causado pela organização é análoga à administração de emplastros para feridas, aliviando temporariamente seus efeitos, mas sem tratar as causas do dano.

Na abordagem organizacional, a observação de alguns princípios é fundamental para se seguir em frente:

- As condições de trabalho são adaptadas para pessoas com aptidões físicas e mentais diferentes;

- Ao empregado é dada a oportunidade de participar no desenho de suas atividades e nos processos de mudança e desenvolvimento que afetam o seu trabalho;

- A tecnologia, a organização do trabalho e conteúdo de trabalho são concebidos de modo a que o empregado não esteja exposto a ameaças físicas ou mentais que podem levar ao desenvolvimento de doenças ou acidentes.

- As formas de remuneração e a distribuição dos horários de trabalho são tomadas em conta;

- O trabalho deve proporcionar maior contato social, cooperação. Este deve ser coerente entre as diferentes operações;

- As condições de trabalho devem proporcionar oportunidades para desenvolvimento pessoal e profissional, bem como para a auto-motivação e responsabilidade profissional.

A organização deve, à luz dos princípios, avaliar o risco de estresse no local de trabalho considerando todos os aspectos envolvidos, desde sua concepção e gestão, bem como sua função social e organizacional. Embora a prioridade seja a prevenção, medidas de proteção e técnicas para gestão do estresse podem e devem ser introduzidas para controlar o risco.

A estratégia para a intervenção na abordagem organizacional pode ser dividida em seis estágios:

- Identificação das ameaças: Identificar com segurança os agentes estressores que existem em relação ao trabalho e suas condições e fazer uma avaliação do grau de exposição a estes;

- Avaliação de danos: Coletar evidências do quanto a exposição aos agentes estressores está associada ao comprometimento da saúde do grupo de indivíduos. Isto deve incluir uma ampla gama de resultados relacionados à saúde, incluindo sintomas de mal-estar geral e problemas específicos;

- Identificação dos prováveis fatores de risco: Explore as associações entre a exposição aos agentes estressores e as medidas dos danos causados, para identificar prováveis fatores de aumento no nível do risco do grupo, e fazer alguma estimativa do seu tamanho e/ou importância;


- Descrição dos mecanismos subjacentes: Compreender e descrever os possíveis mecanismos pelos quais a exposição ao estresse está associada à danos a saúde do grupo avaliado;

- Auditoria e apoio aos sistemas de gestão instalados: Identificar e avaliar todos os sistemas de gestão, tanto em relação ao controle do estresse e da experiência de estresse no trabalho, e em relação à prestação de apoio para os empregados com problemas.

- Recomendações sobre o risco residual: A organização deve assumir o controle da gestão dos sistemas de apoio existentes ao empregado e em conta própria. Deve fazer recomendações sobre o risco residual associado com o risco provável de fatores relacionados ao estresse no trabalho.

A intervenção de sucesso resulta na conquista de uma cultura de abertura e compreensão, ao invés de culpa e crítica, com impactos positivos na qualidade de vida de seus colaboradores, na produtividade, na qualidade dos processos, produtos e/ou serviços, nas margens de lucro e na imagem da empresa diante mercado em que atua e do público em geral.

Mas para construir essa cultura é necessário que o modelo venha de cima para baixo, onde o exemplo dos dirigentes da organização seja fator motivador da mudança junto aos colaboradores, bem como o monitoramento constante dos objetos e níveis de tensão, através dos instrumentos de gestão dos níveis de estresse e pressão.

Um abraço,

Alberto Matos
Alberto Matos é executivo da LAMP e responsável pela gestão do Com Você®, programa exclusivo de assistência psicológica que a LAMP oferece aos seus clientes.

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